Balanças de Café no Museu Catavento

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No início do Brasil independente, a produção de café na região Sudeste do Brasil, respondia por apenas 3% das exportações. E foi se tornando cada vez mais importante na economia brasileira devido ao vasto aumento do mercado de consumidores internacionais.

 

As fazendas cafeeiras eram praticamente autossustentáveis, pois além da produção do café, também havia a produção de alimentos e vestuários para os escravos. O que impossibilitava o surgimento de outros setores econômicos voltados para nestes mercados.

 

Com a extinção do tráfico negreiro (e o consequente encarecimento no valor dos escravos) os produtores foram obrigados a focarem na manutenção da mão de obra, a busca tornou-se em impedir uma alta nos custos da produção.

 

O café foi introduzido no Brasil no início do século XVIII, por Francisco de Melo Palheta, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa. O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930.

 

No começo, a produção ficou concentrada no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois no Sul paulista, nas zonas de terra roxa do Oeste de São Paulo e no Paraná. O grão foi o principal produto de exportação do país por quase 100 anos. Em 1860 foi construída a estrada de ferro que ligava São Paulo ao porto de Santos, e com isso, a produção cresceu rapidamente nas décadas seguintes. Em 1894, a produção de café que passava pelo Porto de Santos superou a do Rio de Janeiro e tornou o este Porto o maior centro exportador de café do mundo.

 

A balança de café se tornou uma ferramenta de grande importância para o crescimento na produção do café, em sua função inicial eram realizados no mínimo 10 medições, compreendendo o exame de todas as cargas e assim sucessivamente, até a fase final eram selados os pontos de acesso ao sistema de regulagem do dispositivo de selagem.

 

A balança de café tinha as seguintes dimensões: 2.73 m de altura, 1.00m de largura e 1.75m de profundidade. As fotos da balança a seguir estão localizadas no Museu Catavento Cultural e Educacional, cedida em comodato pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo.

 

O café requeria embalagem própria para sua comercialização, o que significava uma produção quase paralela de sacos. O produto era ensacado duas vezes, uma para o transporte interno e outra para exportação.

 

Em média as sacas de café pesavam 60kg, causando um grande esforço físico dos trabalhadores que transportavam as sacas nas cabeças em filas de 10 ou 20 trabalhadores, para tentar diminuir o cansaço os escravos cantavam percorrendo o caminho até os navios.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORTOLO DO CARMO, B. Café Ferrovia e Porto. São Paulo: Editora Auana, 2016.

Disponível em: <http://www.gazetadebeirute.com/2013/03/museu-do-cafe-de-santos.html>. Acesso em 20 de dezembro de 2016.

Disponível em: <http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/PL_sacaria_cafe.pdf>. Acesso em 20 de dezembro de 2016.

Disponível em: <https://martaiansen.blogspot.com.br/2014/09/escravos-carregadores-de-sacas-de-cafe-cantavam-enquanto-trabalhavam.html>. Acesso em 22 de dezembro de 2016.

Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20415-15227-1,00-DO+CAFE+A+INDUSTRIALIZACAO.html>. Acesso em 27 de dezembro de 2016

 

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